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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Bremen

     Há alguns dias fui a Bremen, que fica relativamente perto da minha cidade. Andar por Bremen é como encarnar a nostalgia. Todas as enormes construções parecem contar a história de uma era passada, te embalando nessa história como se você fosse algum personagem perdido, que após anos retornou.

     Estar em um lugar tão imenso historicamente, por onde tanta gente passou em tantas décadas diferentes, acaba fazendo com que você se sinta bem pequeno, mas de uma maneira boa. Como se tudo ao seu redor fosse tão grande e  fascinante, que de repente todos os seus problemas sumissem. Você entende que não é tão único e tão só no mundo quanto pensava, uma vez que aquela cidade existia ali antes de você e já abrigou milhares de pessoas que hoje já tiveram suas existências completamente apagadas dessa Terra. 

     Como podemos nos preocupar com coisas tão pequenas durante toda a vida, sabendo que daqui a apenas alguns séculos ninguém saberá nem mesmo nossos nomes? Todas as dores que você passou serão simples fantasmas, que não atormentarão ninguém. 

     Eu senti, enquanto andava por Bremen, a vida de milhares de gerações pulsando nas paredes, nas estradas, nas entranhas da cidade. Eu vi as pessoas que já caminharam por lá antes de nós e que também acreditavam na magnitude de suas ações e na imortalidade do seu ser. Vi as pessoas que choraram e as que sorriram. E vi também aquelas que deixaram naquelas ruas um pouquinho do seu ser.

     E, com um suspiro, me deixei ali também. Acreditando que poderei existir em tudo aquilo que já existiu dentro de mim.

     Acho que nostalgia é o sentimento que nos adentra quando estamos sensíveis e abertos o suficiente para receber um pouco da alma de alguém. Os olhares, quando voltados com profundo sentimento à algum lugar, permanecem incrustados nas paredes, procurando alguém para sentí-los, mesmo que décadas depois.

     As almas nunca se perdem, nunca se vão. Todas as pessoas que passaram por todos os lugares estarão marcadas ali para sempre. Cabe a nós sentí-las.

     E então, que tal um passeio por Bremen?





 

6 comentários:

  1. você percebe que acabou de nascer? bem vinda ao mundo! :)

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  2. Amei teu relato da cidade de Bremen
    Transmitou emoçoes de uma jóvem de alma muito linda! Mirtha

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  3. Helena de Resende Dantas Salles26 de agosto de 2011 às 23:30

    Flavinha.... A sua maneira de visualizar Bremen me impressionou. Desejo-lhe uma maravilhosa estadia na Alemanha. Helena

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  4. Flavinha,

    Amei sua descrição sobre Bremen e como voce expressou tão bem sues sentimentos! è como se eu estivesse passeando com voce por lá. Eliane Ulhôa

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  5. Amada amei sua maneira espontânea e criativa de ver o mundo! Que Jesus te inspire mais e mais e te ilumine em tudo ! E Viva a nova vida na Alemanha!

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  6. LINDA FLAVINHA!!! BJUS AMADA!!! VC ESCREVE SUPER BEM, CONTINUE A NOS CONTAR MAIS!!! BJUSSS
    TIA VALÉRIA

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